(Artigo escrito para o site X-DESIGN no período de 2000/2002)
Em muitas histórias e lendas, a maçã foi responsável por mudanças significativas nas situações presentes: na Bíblia, depois de morder a dita fruta, Adão e Eva foram expulsos do Paraíso, tendo que viver em um novo mundo, Branca de Neve ao morder uma, foi enfeitiçada, caindo num sono mágico. Na informática, algo parecido acontece: uma maçã surgiu para mudar as coisas definitivamente.
A Apple sempre foi conhecida por lançar tendências e revolucionar o mundo dos microcomputadores. Foi o primeiro micro caseiro (o Apple II de 1977), numa época em que a informática estava restrita as grandes corporações e universidades. Foi a primeira a lançar no mercado a interface gráfica e o mouse, com o micro Macintosh em 1984. Curiosamente não os projetou, emprestou o sistema da Xerox, que não via nenhuma aplicação prática ou validade significativa (além do que, associar a imagem da empresa a um aparelho chamado "rato" não pegaria bem). Ironicamente, seu fundador, Steve Jobs, repetiu o erro da Xerox, ao entregar o sistema para uma empresa de fundo de quintal, chamada Microsoft ( achando que na época o verdadeiro perigo era a IBM) .
O Macintosh virou sinônimo de computação gráfica e estabilidade. Apesar da qualidade inferior, os "micros da janela" tornaram-se os campeões de venda e alcançaram popularidade mundial, instalando definitivamente o conceito de computadores pessoais na vida do cidadão comum , reservando aos produtos da Apple, um público mais reduzido, composto principalmente de profissionais das áreas gráfica e digital, e gerando um fanatismo pela marca impar no mundo (a macmania).
Na década de 90, a Apple amargou uma queda de vendas, perdendo para a Microsoft o posto de líder no mercado. Nesse período Steve Jobs é demitido da sua empresa. Steve Wozniac (o co-fundador) saiu antes.
No ano de 1998, após a volta de Jobs ao comando da empresa, a Apple lança um produto que a tirou definitivamente do buraco: o iMac. Até então, os micros obedeciam a velha formula : gabinetes quadrados e monitores-televisão-beje. O máximo de alteração foi um ou outro que apareciam pretos .
A indústria aderiu em peso às estripulias da Apple: o número de periféricos de plástico translúcido aumentou, estão surgindo PCs do mesmo material, incentivando a produção e renovação desses artigos, como disse Jobs: "nós colocamos o mercado em movimento" (mais novidades para copiarem, na mesma MacWorld, foram lançados os iMacs snow, ruby, índigo, grafite e sage). Infelizmente nenhum PC ainda chegou perto da beleza e da funcionalidade dos projetos da Apple.
O Macintosh virou sinônimo de computação gráfica e estabilidade. Apesar da qualidade inferior, os "micros da janela" tornaram-se os campeões de venda e alcançaram popularidade mundial, instalando definitivamente o conceito de computadores pessoais na vida do cidadão comum , reservando aos produtos da Apple, um público mais reduzido, composto principalmente de profissionais das áreas gráfica e digital, e gerando um fanatismo pela marca impar no mundo (a macmania).
Na década de 90, a Apple amargou uma queda de vendas, perdendo para a Microsoft o posto de líder no mercado. Nesse período Steve Jobs é demitido da sua empresa. Steve Wozniac (o co-fundador) saiu antes.
No ano de 1998, após a volta de Jobs ao comando da empresa, a Apple lança um produto que a tirou definitivamente do buraco: o iMac. Até então, os micros obedeciam a velha formula : gabinetes quadrados e monitores-televisão-beje. O máximo de alteração foi um ou outro que apareciam pretos .
No entanto, nada disso nublou o sucesso do produto, que abriu caminho para mais mudanças seguindo essa tendência. Numa jogada de gênio, a Apple associou as cores dos micros a uma marca gustativa, relacionando a variedade de modelos a "sabores", fortalecendo o sentido através da onomatopeia "Nham!". Outra dentro foi a fantástica séria de anúncios "Think different", onde gênios da história recente aparecem em fotos preto e branco apenas com essa frase e o logo da empresa. Em 1999, a Apple lançou o iBook, a versão notebook do iMac, igualmente um sucesso de vendas seguindo o mesmo conceito de design que agora parece padrão para todos os micros da empresa. Ao mesmo tempo, lançou o Power Macintosh G4, no mesmo material e com uma potência que o levou a ser considerado pelo governo norte-americano, como o micro mais rápido do mundo, por executar pelo menos 1bilhão de operações de cálculos por segundo, inaugurando a medida de velocidade "gigaflop" (aposentando o "megahertz"). Para se ter uma idéia da velocidade da máquina, um G4 500 MHz chega a ser 3 vezes mais rápido que um Pentium III 600MHz. O grande destaque fica pelo monitor de tela plana de 17". A Apple conseguiu aliar a mudança no design, com a evolução dos componentes internos, fortalecendo a marca no mercado
Um dos mais recentes lançamentos foi o Air Port, um modem externo para conexão em rede, um tipo de gerenciador que facilita muito a vida de varias pessoas que necessitam usar a internet ao mesmo tempo. Usando as cores frias características do G4 e uma forma mais orgânica que os lançamentos anteriores (inclusive fica difícil saber o que é ao se olhar de primeira), esse novo lançamento não possui o mesmo enfoque comercial do iMac, mas segue com sucesso o seu estilo.
Sabor ao Cubo
Por último, a Maçã lançou no dia 19 de Julho, na MacWorld, mais um produto que nos fez ficar com mais raiva ainda do nosso querido PC, o G4 Cube. Dessa vez Jobs veio com uma overdose de mudanças comparáveis apenas as do iMac: reduziu a CPU a um cubo de aresta 20 centímetros, silencioso, pois usa um sistema de ventilação sem ventilador, alterou a localização do drive do CD, agora em cima com entrada na vertical para o disco, implementou o mouse óptico, sem botões e sem a bolinha, que funciona se pressionado em qualquer parte de sua superfície, caixas de som esféricas e o monitor de 22 polegadas, tela plana, o maior do mercado. Seguindo os mesmos padrões de cores do modelo anterior (gelo e azul), o Cube chega para inovar o conceito de espaço em áreas de trabalho, seguindo uma tendência mundial de que, em breve, só existirá um fator de restrição no projeto de aparelhos eletrônicos: as medidas ergonômicas do próprio homem.
Aqua
Não só os designers de produto tiveram trabalho, a Apple também alterou a sua simbologia em função do lançamento do iMac, pricipalmente adaptando-a ao seu material translúcido. O seu logotipo da maçã, antes colorido, agora é monocromático nos periféricos. A mudança não só adapta o logo ao novo material, como também reflete o novo comportamento da empresa, de (re) evolução e adaptação aos novos tempos. E pegando carona, os ícones dos softwares também sofreram alterações, como os do Internet Explorer e Quicktime, semelhante ao site,todo em padrões translúcidos. É interessante notar a diferente aplicação das cores nos hardwares da empresa: enquanto o iMac possui um espectro de cores mais diverso, com enfoque em cores fortes e alegres, que o direciona a um público mais amplo e antes não visado pela empresa ( jovens , mulheres e até crianças), a linha G4 possui cores mais frias, remetendo a um público mais específico e tecnológico (estudantes universitários, universidades, agências de publicidade, escritórios de design, etc.)
Os designers gráficos saíram-se muito bem com a interface do novo sistema operacional da empresa, o Mac OS X. Batizada de "Aqua", a interface não é nada menos do que impressionante: os botões parecem bolhas d'agua coloridas pulsantes, o mesmo com os dos scrolls, os menus de sub-opções são transparentes. Na parte inferior do monitor fica um "Dock" em que pode ficar até 128 itens diferentes ( janelas minimizadas, pastas, links para sites na internet, etc.) A dinâmica da abertura de pastas também mudou, agora elas são "sugadas" ao fechar.Um dos mais recentes lançamentos foi o Air Port, um modem externo para conexão em rede, um tipo de gerenciador que facilita muito a vida de varias pessoas que necessitam usar a internet ao mesmo tempo. Usando as cores frias características do G4 e uma forma mais orgânica que os lançamentos anteriores (inclusive fica difícil saber o que é ao se olhar de primeira), esse novo lançamento não possui o mesmo enfoque comercial do iMac, mas segue com sucesso o seu estilo.
Sabor ao Cubo
Por último, a Maçã lançou no dia 19 de Julho, na MacWorld, mais um produto que nos fez ficar com mais raiva ainda do nosso querido PC, o G4 Cube. Dessa vez Jobs veio com uma overdose de mudanças comparáveis apenas as do iMac: reduziu a CPU a um cubo de aresta 20 centímetros, silencioso, pois usa um sistema de ventilação sem ventilador, alterou a localização do drive do CD, agora em cima com entrada na vertical para o disco, implementou o mouse óptico, sem botões e sem a bolinha, que funciona se pressionado em qualquer parte de sua superfície, caixas de som esféricas e o monitor de 22 polegadas, tela plana, o maior do mercado. Seguindo os mesmos padrões de cores do modelo anterior (gelo e azul), o Cube chega para inovar o conceito de espaço em áreas de trabalho, seguindo uma tendência mundial de que, em breve, só existirá um fator de restrição no projeto de aparelhos eletrônicos: as medidas ergonômicas do próprio homem.
Aqua
Não só os designers de produto tiveram trabalho, a Apple também alterou a sua simbologia em função do lançamento do iMac, pricipalmente adaptando-a ao seu material translúcido. O seu logotipo da maçã, antes colorido, agora é monocromático nos periféricos. A mudança não só adapta o logo ao novo material, como também reflete o novo comportamento da empresa, de (re) evolução e adaptação aos novos tempos. E pegando carona, os ícones dos softwares também sofreram alterações, como os do Internet Explorer e Quicktime, semelhante ao site,todo em padrões translúcidos. É interessante notar a diferente aplicação das cores nos hardwares da empresa: enquanto o iMac possui um espectro de cores mais diverso, com enfoque em cores fortes e alegres, que o direciona a um público mais amplo e antes não visado pela empresa ( jovens , mulheres e até crianças), a linha G4 possui cores mais frias, remetendo a um público mais específico e tecnológico (estudantes universitários, universidades, agências de publicidade, escritórios de design, etc.)
A indústria aderiu em peso às estripulias da Apple: o número de periféricos de plástico translúcido aumentou, estão surgindo PCs do mesmo material, incentivando a produção e renovação desses artigos, como disse Jobs: "nós colocamos o mercado em movimento" (mais novidades para copiarem, na mesma MacWorld, foram lançados os iMacs snow, ruby, índigo, grafite e sage). Infelizmente nenhum PC ainda chegou perto da beleza e da funcionalidade dos projetos da Apple.
As tímidas tentativas de cópia estão surgindo a todo momento, e nos resta esperar alguma que vingue, por isso aconselho: se você NÃO tem nenhum periférico da Maçã, NÃO procure saber nada, NÃO entre no site da Apple, afaste-se de qualquer imagem do Aqua, nem leia artigos sobre o assunto, vai ser duro voltar para o seu micro-beje-televisão-sistema-operacional-padrão.
Vai por mim.
Herman Faulstich
(Herman Faulstich acredita que ninguém torna-se um designer mais competente por possuir um Mac, mas que fica muiiiito menos triste em gastar o seu dinheiro em um, fica)
Vai por mim.
Herman Faulstich
(Herman Faulstich acredita que ninguém torna-se um designer mais competente por possuir um Mac, mas que fica muiiiito menos triste em gastar o seu dinheiro em um, fica)
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